13 hábitos de higiene que devem mudar após o coronavírus

Estamos no processo de ver que tipo de impacto a propagação do coronavírus terá na cultura, na vida social e nos nossos hábitos de higiene.

Elen Ribera | 20 de Maio de 2020 às 09:00

Koldunov/iStock -

Em poucas semanas, vimos o mundo se adaptar para combater a COVID-19, uma nova cepa da família coronavírus, que se tornou uma pandemia global. Deixar de apertar as mãos, manter uma distância segura de outras pessoas e estar (muito) mais atentos quanto à lavagem adequada das mãos. Estamos no processo de ver que tipo de impacto a propagação do vírus terá na cultura, na vida social e nos hábitos de higiene.

De acordo com CJ Xia, vice-presidente de marketing e vendas da Boster Biological Technology, uma empresa de biotecnologia com sede em Pleasanton, Califórnia, havia três tipos de pessoas antes do surto da Covid-19. Aquelas extremamente conscientes, as moderadamente conscientes e as que ignoram os germes. "O nível de cada categoria aumentou e é difícil encontrar o terceiro tipo de pessoal agora", disse Xia ao Reader's Digest. "Como resultado, começamos a ver muito menos interação social."

Embora seja difícil encontrar um lado bom do surto do novo coronavírus, um aspecto positivo é que esse período de convulsão global pode mudar alguns dos nossos hábitos de saúde e de higiene para sempre. Também pode alterar a maneira como abordamos o trabalho, a escola e muito mais.

Aqui estão 13 hábitos cotidianos que podem (e devem) mudar para sempre após a crise.

1. Apertos de mão serão descartados

Uma das mudanças mais visíveis nas normas sociais desde que o coronavírus chegou foi evitar apertos de mão. "Nesta nova era do coronavírus e da prática de distanciamento social, sem dúvida, haverá uma mudança cultural na maneira como nos cumprimentamos", disse Nesochi Okeke-Igbokwe, médico, especialista em saúde e internista, à Reader's Digest. "Apertar as mãos, abraços e beijos são saudações que foram abandonadas neste momento. Saudações sociais agora podem envolver a mão no coração, um aceno de cabeça ou praticamente qualquer ação que permita evitar o contato direto." Sempre com maneiras educadas de cumprimento, mas sem tocar as outras pessoas. Saiba mais sobre testes para a Covid-19.

2. Haverá mais desinfetante para as mãos disponível em locais públicos

Após a pandemia da Covid-19, provavelmente veremos mais desinfetantes para as mãos disponíveis em escritórios, espaços públicos e eventos de entretenimento. "Por exemplo, desinfetantes seriam colocados na recepção ou fora das salas de entrevistas para garantir que as mãos dos candidatos estivessem limpas", diz Xia. "Veríamos higienizadores também na mesa dos entrevistadores. Ao colocar esses produtos, todo mundo estará sinalizando para as outras pessoas que suas mãos estão limpas." E, embora muitos locais de show, lojas e academias de ginástica já ofereçam dispensadores de álcool em gel, é provável que isso se expanda, incluindo mais restaurantes, igrejas e outros estabelecimentos. Enquanto as academias de ginástica estão fechadas veja como se tornar mais ativo e praticar mais exercícios físicos em casa.

3. Melhoraremos a resposta às necessidades do cliente

A pandemia forçou as pessoas a terem uma resposta rápida, segundo Joanne Cleaver, autora de The Career Lattice [A Estrutura da Carreira, em tradução livre], consultora e instrutora de empregadores e indivíduos sobre como usar estratégias para crescimento sustentado. "As pessoas descobrirão que seus colegas de trabalho têm talentos que são relevantes – até vitais – para manter a empresa em operação", diz ela à Reader's Digest. "Os funcionários poderão solicitar, após a pandemia do coronavírus, que seus empregadores invistam em treinamento e desenvolvimento de habilidades adicionais para desenvolver, inclusive, as que surgiram na crise. E cabe às empresas dar valor estratégico ao crescimento profissional das pessoas durante o surto."

4. Nossa interação com restaurantes pode mudar

Jantar fora – ou até mesmo levar comida para viagem ou entrega – agora é bem diferente em comparação a algumas semanas atrás. De acordo com Johann Moonesinghe, especialista em finanças e fundador da inKind, uma plataforma de financiamento para restaurantes, já estamos vendo uma mudança drástica na forma como as pessoas estão frequentando os restaurantes. "Os restaurantes estão vendo o declínio nas vendas, pois precisam operar com capacidade reduzida, enquanto as padarias que atendem apenas para viagem estão mais ocupadas do que nunca", disse ele à Reader's Digest. "E não é apenas para onde as pessoas estão indo, é também o que elas estão comendo. Também vimos um aumento na venda de carboidratos e produtos açucarados." Embora não esteja claro exatamente como o nosso relacionamento com os restaurantes se desenrolará após a pandemia, provavelmente haverá mudanças. Por exemplo, as opções de entrega e retirada podem ser expandidas (caso algo assim aconteça novamente), e mais informações podem ser divulgadas no restaurante sobre suas práticas de higiene.

5. Mais pessoas usarão bidê

Embora os bidês tenham sido substituídos pelas duchas higiênicas no Brasil, eles têm se tornado cada vez mais populares no Estados Unidos nos últimos anos; as vendas e pesquisas desses produtos aumentaram desde o início da pandemia do coronavírus. De fato, na semana passada, a TUSHY – uma empresa que fabrica bidês acopláveis – vendeu 10 vezes mais do que antes da disseminação da Covid-19. Além disso, a TUSHY já está vendendo mais que o dobro do que vendia há um ano, segundo um representante da empresa. Se já aprendemos uma coisa com essa pandemia, é que as pessoas estão extremamente preocupadas em ter papel higiênico suficiente. Dado que os bidês são uma alternativa (ou uma adição a) para o uso do papel higiênico, faz sentido que mais pessoas estejam interessadas neles agora. Os bidês estão se tornando mais populares e comuns nos banheiros americanos, e provavelmente continuaremos vendo essa tendência depois que a pandemia passar. Banheiro público é perigoso? Veja como usá-lo sem correr riscos.

6. Mais empresas permitirão que os funcionários trabalhem remotamente

Atualmente, é bastante comum negociar algum tipo de acordo para trabalhar remotamente pelo menos parte do tempo, mas após o surto do coronavírus, ainda mais empresas permitirão que os funcionários o façam. "Quando as empresas e seus funcionários veem que trabalhar em casa não é apenas viável, mas que pode ser ainda mais produtivo, pode causar uma grande mudança na cultura de escritórios em todo o mundo", diz Angela Ash, gerente de marketing de conteúdo da UpFlip, um site que auxilia as pessoas em investimentos comerciais. "Com tantas empresas permitindo que os membros da equipe trabalhem remotamente e até mesmo contratando intencionalmente uma força de trabalho remota, isso pode ser muito mais que uma solução para conter o vírus". Home office: lugar de trabalho pode ser em casa.

7. Encontraremos outra maneira de pressionar os botões

Mesmo antes do coronavírus se tornar um problema, a maioria de nós conhecia os locais do dia a dia carregados de germes. Esses locais incluem maçanetas de lojas, botões nos caixas eletrônicos, nas máquinas de cartão e botões no elevador. Segundo o Dr. Okeke-Igbokwe, as pessoas podem começar a apertar os botões do elevador com o cotovelo ou mesmo com um objeto como uma caneta em vez de com os dedos. "Tocar diretamente os teclados com os dedos será coisa do passado", acrescenta ela. Nikola Djordjevic, MD, cofundador da HealthCareers, concorda que apertar botões em lugares públicos é algo que pode mudar. "As superfícies são locais ideais para a transmissão da doença e muitas pessoas agora precisam se livrar do hábito de pressionar os botões do elevador ou tocar nas maçanetas com as mãos", explica ela. "Isto é, as pessoas devem cobrir a pele com roupas ou simplesmente pressionar os botões com os cotovelos. Caso acidentalmente usem os dedos, as pessoas devem evitar tocar seu rosto até que tenham a chance de lavar as mãos com água e sabão". E isso não é apenas uma boa ideia em termos de coronavírus. Confira esta lista de doenças que você pode evitar apenas lavando as mãos.

8. Pode ser o fim de alimentos em vasilhas comuns

Comida de graça é ótima, mas vamos ser honestos: essas tigelas com pãezinhos nos restaurantes sempre foram meio suspeitas. Afinal, quantas pessoas usam o banheiro, não lavam as mãos e depois se servem de uma porção com as mãos sujas? Mas o surto do novo coronavírus fará com que mais pessoas repensem a alimentação em recipientes de alimentos comuns. "Você também poderá notar a evasão dos clientes de buffets e saladas para evitar pegar germes ao usar as colheres", explica o Dr. Okeke-Igbokwe. "Também haverá um foco maior na compra de ingredientes para preparar suas próprias refeições o mais higienicamente possível em casa". Aproveite e incentive o pequeno comércio do seu bairro com compras online e por telefone.

9. As pessoas levarão seu espaço pessoal mais a sério

Uma das políticas na era do coronavírus é a ideia de "distanciamento social". Segundo a Johns Hopkins Medicine, isso envolve ficar a pelo menos um metro e meio de distância das outras pessoas. E, embora provavelmente possamos não ver essa medida permanecer em vigor após o término do surto, uma versão dela provavelmente continuará, diz Dmytro Okunyev, fundador da Chanty, uma plataforma de bate-papo em equipe que usa inteligência artificial. "As pessoas começarão a prestar mais atenção a quem deixarem se aproximar delas em seu espaço pessoal e a distância pessoal socialmente aceitável mudará na maioria das culturas", diz ele à Reader's Digest.

10. Lavaremos melhor as mãos

Se há uma coisa que ouvimos repetidamente sobre impedir a propagação do coronavírus, é que devemos lavar vigorosamente nossas mãos por 20 segundos ou usar um desinfetante para as mãos com um teor alcoólico de pelo menos 60% quando não pudermos usar uma pia. E, como uma pesquisa recente descobriu que 40% dos americanos nem sempre lavam as mãos depois de usar o banheiro, é uma área em que precisamos melhorar. Uma vez contido o surto, é ideal manteremos esses bons hábitos de lavagem das mãos. A propósito, as diretrizes não são novas - é isso que deveríamos fazer o tempo todo. Se algo de bom surgir dessa crise, será que mais pessoas se conscientizarão da importância de lavar as mãos e criar um hábito.

11. Podemos parar de entrar em espaços lotados

Sempre acontece quando você está atrasado: você pega o trem e está incrivelmente lotado, ou você finalmente pega um elevador e ele está cheio. Em situações como essas, é tentador se acomodar lá – abdicando do conforto. Mas desde que os países realmente começaram a levar o coronavírus a sério, emitiram diretrizes contra a entrada em espaços lotados como o transporte público.

12. Podemos entender melhor a ética em saúde pública

Um dos comentários mais comuns daqueles que não levam o novo coronavírus a sério é que não estão preocupados porque provavelmente não os afetará. Mas essas pessoas estão errando quando se recusam a parar de ir a bares e fazer festas. O ponto de autoisolamento e distanciamento social não é apenas para se proteger – é também para garantir que você não transmita o vírus para outras pessoas, especialmente aquelas que são especialmente vulneráveis (como idosos e imunocomprometidos). Mesmo que não se sinta doente, você ainda pode ser portador assintomático e infectar outras pessoas. Este surto foi uma lição do princípio da ética em saúde pública, quando você precisa colocar sua própria autonomia em segundo plano pelo bem maior. Quando chegarmos ao outro lado desta pandemia, esperamos ter uma melhor compreensão da saúde pública e continuar com os hábitos que aprendemos.

13. Escolas e universidades estarão mais preparadas para o ensino a distância

Outra das formas mais claras do que o surto de coronavírus mudou em nossa vida cotidiana é como isso afetou a educação. Em vários países, nas principais cidades do mundo, escolas e universidades estão fechadas. Muitas delas enviaram seus alunos e professores para casa com aulas online. Isso pode levar a algumas mudanças no futuro, como disponibilizar mais aulas da faculdade online ou ter planos de emergência em escolas de ensinos fundamental e médio, caso algo assim aconteça novamente. Embora algumas escolas estejam melhor equipadas para lidar com as aulas online do que outras, provavelmente veremos a maioria das escolas investindo em mais equipamentos e recursos necessários para mudar o aprendizado em salas de aula para aulas online. Além de preparar os professores para lidar com a nova forma de ensino. Crianças na Internet: dicas para manter a segurança em tempos de isolamento. 

Publicado em Rd.com por Elizabeth Yuko