Matriarca de 92 anos e filha de 65 anos recebem alta após diagnóstico de coronavírus

No dia 17 de março, quando o Ministério da Saúde tinha registrado 291 casos de brasileiros com o novo coronavírus, Teresa Constantinov, 65, achou que sua

Douglas Ferreira | 11 de Abril de 2020 às 20:30

Reprodução/Arquivo Pessoal -

No dia 17 de março, quando o Ministério da Saúde tinha registrado 291 casos de brasileiros com o novo coronavírus, Teresa Constantinov, 65, achou que sua febre e dor de garganta eram apenas sintomas de uma gripe.

Ela nem imaginava que, alguns dias depois, saberia ter sido infectada pelo novo coronavírus, assim como sua mãe de 92 anos, seu marido e uma das duas filhas do casal.

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A luta contra a Covid-19

“A médica me mandou para casa e disse para eu voltar apenas se tivesse falta de ar”, conta. Após dez dias, a febre não passava e, apesar de não ter dificuldade para respirar, Teresa ainda tinha de ficar de cama, pois se sentia muito fraca, com enjoo e ânsia de vômito.

Foi quando ela retornou ao hospital da rede Prevent Senior e recebeu o diagnóstico de Covid-19. Além disso, os exames apontaram que ela estava com 50% de capacidade pulmonar.

“Perguntaram se eu queria fazer tratamento com hidroxicloroquina; disse que sim. A gente tinha a notícia de que a mãe dos donos do hospital estava se tratando com esse remédio, então lógico que eu ia querer. Não tive medo nenhum”, conta Teresa, que diz que se sente curada e agradece pelo atendimento recebido.

Ela conta que começou a apresentar melhora a partir do quarto comprimido do medicamento. Durante o tratamento, feito em casa, Teresa diz que seu maior medo era passar o vírus para alguém, principalmente para seu marido Carlos Roberto Constantinov, 66, que é fumante.

Nesta mesma semana, tanto ele quanto a filha Tatiana Constantinov, 44, descobriram que também tinham sido infectados pelo novo vírus. Nenhum dos dois, porém, teve sintomas.

“A minha outra filha, Talita, que ficou mais tempo comigo e foi quem me levou para o hospital, não foi infectada. Acho que é resultado da meditação que ela faz todos os dias, deve ter protegido ela”, brinca Teresa.

O que Teresa não soube, durante três dias, é que, enquanto se recuperava em casa, sua mãe, Yolanda Ciampone, 92, também recebeu resultado positivo para Covid-19. A matriarca da família foi internada após manifestar falta de ar e chegar ao hospital com baixa de potássio e sódio.

Yolanda, matriarca da família, durante internação, jogando cartas com sua neta Tatiana, que se contaminou, mas não teve sintomas. Arquivo Pessoal

Yolanda Mesmo com a idade avançada, ela teve um quadro melhor que o de Teresa – menos de 25% da capacidade pulmonar estava comprometida. De acordo com a família, Yolanda não foi medicada com cloroquina e os médicos decidiram tratá-la apenas com antibióticos.

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A escolha de não contar para Teresa sobre a mãe partiu de seus familiares, que preferiram poupá-la. “Hoje, a gente ri disso, mas foi um período difícil para nós, pois tínhamos que tomar cuidado para ninguém dizer nada que pudesse soar suspeito para a minha mãe”, conta Tatiana.

Quando Teresa enfim soube o que tinha acontecido, chorou por medo de a mãe passar pelo mesmo que ela. Felizmente, a família conta que Yolanda não sofreu tanto quanto sua filha e voltou para casa nesta terça-feira (7).

“Aos pouquinhos, ela está melhorando. Hoje, ela já está indo no banheiro sozinha”, conta sua neta Regina Welzl, que, com suas primas e tia, acompanhou Yolanda no hospital.

POR ISABELLA MENON