Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, professoras do Grupo Eleva Educação falam sobre a importância do incentivo à ciência.

Redação | 11 de Fevereiro de 2022 às 14:30

Choreograph/iStock -

Desde 2016, em 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data criada pelas Nações Unidas busca honrar nomes como Marie Curie, Rosalind Franklin e Nettie Stevens, e inspirar e engajar outras meninas a seguirem na área.

No Brasil, a Eleva Educação, por meio do Patio, sua frente de inovação em soluções educacionais, e suas escolas espalhadas por todo o Brasil, tem atuado para a formação de cientistas meninas desde a idade pré-escolar até o ensino médio.

Histórias que inspiram

Juliana Novo, pesquisadora de biotecnologia, professora do Grupo Eleva Educação e conteudista em uma das soluções educacionais do Patio, a iniciativa Tecnologia e Experiência Criativas (TEC), afirma que procura engajar suas alunas nas atividades de eletrônica e tecnologia para mostrar que elas são capazes.

A professora explica que muitas vezes as meninas ficam reticentes quando vêem os materiais, componentes eletrônicos e placas de LED. O seu papel nesse cenário é desmistificar e mostrar que elas também podem ser inseridas nessas atividades. A metodologia TEC,  permite que qualquer lugar vire um laboratório tecnológico e científico, onde as crianças podem colocar a mão na massa e fazer experimentos.

Pesquisadora de Biotecnologia Juliana Novo (Imagem: Cortesia/Eleva Educação)

Juliana conta que virou cientista por influência do pai, que é pesquisador na área de física, por isso, desde pequena viu a carreira de cientista como uma opção. Mas, no dia a dia, essa não é a realidade que se vê.

“Eu vejo a diferença de ter crescido em um ambiente científico, pois as pessoas não têm a noção até uma certa idade que cientista é uma carreira. E na realidade é uma carreira como outra qualquer em que você se especializa em estudar”, pontua. Ela destaca que essa falta de perspectiva é ainda maior  para as meninas que culturalmente não são incentivadas a seguirem carreira de ciências, tecnologia e exatas.

Muito mais do que ensinar, é preciso inspirar

Dados da Unesco apontam que em todo o mundo as mulheres ainda representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática. E menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. No Brasil, a proporção é ainda menor: as mulheres ocupam apenas 14% das posições na Academia Brasileira de Ciências.

Maria do Rosário, coordenadora do Ensino Fundamental II da Escola Eleva Brasília e especialista em educação matemática, percebe que existe até hoje uma crença de que os meninos têm “talento” para a matemática, e as meninas não, com expectativas diferentes. As meninas são incentivadas a brincar de dona de casa, que cuida de bonecas, casinha e cozinha, enquanto os meninos são incentivados a brincar com jogos de montar, quebra cabeças e video game. É importante mostrarmos que a matemática é interessante para todos.

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Em sua trajetória profissional, Maria do Rosário pode ser considerada uma grande tradutora da matemática, a matéria que é para muitos um grande desafio, para ela nada mais é do que uma oportunidade criativa. E ela não fica só no discurso na sala de aula. Em um ano de trabalho na Escola Eleva Brasília, ela já conseguiu vitórias para o desenvolvimento de futuras cientistas. O seu trabalho levou à premiação de várias meninas em Olimpíadas da área de ciências exatas.

A professora Renata Paraense, líder de Creative Tech na Escola Eleva, lembra que o ensino científico, matemático e tecnológico é muito importante para a nova geração. “O ensino da metodologia,  processos, observação, exploração e o uso das ferramentas é muito importante para a formação dessa nova geração; especialmente para as meninas para que elas entendam que podem ocupar qualquer espaço. Fico feliz em poder inspirar as alunas pelo exemplo”. 

Ísis Santolin, professora de biologia da Eleva Botafogo, que fez doutorado na área, afirma que a pesquisa sempre a atraiu desde pequena, mas que na época não entendia muito bem o caminho a traçar para carreira “achava que existia uma faculdade de cientista”, pontua.

A professora afirma que sempre se sentiu privilegiada, pois teve pais que a encorajaram a ocupar os espaços que desejasse, mesmo em profissões que tradicionalmente são masculinas. E hoje busca fazer o mesmo pelas suas alunas ao apresentar as diferentes opções de profissão, grandes mulheres de ciência e mostrar que a profissão de cientista não é tão distante do cotidiano delas, trazendo inclusive cientistas para apresentações e conversas na escola.