Médico é demitido após receitar sorvete de chocolate e "Free Fire" para criança doente

Mãe da criança denunciou o médico e afirmou que ele sequer examinou a criança durante o atendimento.

Cadu Guarieiro | 30 de Maio de 2023 às 15:35

Na foto da receita é possível ler as recomendações do médico. -

No último dia 18, o médico de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Osasco, na Grande São Paulo, receitou a uma criança com sintomas gripais sorvete de chocolate e "Free Fire", um jogo para celular.

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Priscila da Silva Ramos, mãe do menino de 9 anos, notou o deboche do médico com ela e com seu filho. A mulher afirmou que o profissional de saúde sequer levantou da cadeira para examinar a criança.

Em relato ao G1, Priscila conta que ao dizer os sintomas da criança, o profissional começou a escrever diversos remédios. "Alguns eu conhecia, os outros não, e ele não me explicou nenhum".

Durante o atendimento, o médico perguntou ao garoto se preferia "sorvete de chocolate ou morango", ao optar por chocolate, foi adicionado na receita: "sorvete de chocolate duas vezes ao dia e Free Fire diariamente", disse a mãe, que também reclamou da falta de uma farmácia na unidade de saúde.

Ainda de acordo com o portal, o responsável pelo atendimento está com o CRM ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). No entanto, não apresenta especialidade registrada, ainda que no carimbo da receita se identifique como neurologista. Uma sindicância para apurar a conduta do profissional foi aberta pela organização.

Em nota, a Prefeitura de Osasco afirmou que a criança chegou à UPA com nasofaringite aguda. Conforme o exame físico descrito em prontuário, o menino estava com um quadro inflamatório agudo e sem sinal de gravidade. O médico afirma ter prescrito o sorvete para o alívio da dor, tendo em vista seu feito anestésico, possibilitando a alimentação durante a fase aguda da doença.

De acordo com o órgão municipal, o colaborador foi desligado do quadro de prestadores de serviço "devido à conduta indevida com o paciente e seus familiares e o não esclarecimento das condutas tomadas".


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