7 coisas que você nunca deve perguntar a uma mulher lésbica

Veja o que não dizer e evite gerar conversas desagradáveis

Vitória Tedeschi | 31 de Agosto de 2023 às 10:07

O que nunca perguntar a uma mulher lésbica? - Imagem: reprodução Freepik

Independentemente de sua orientação sexual as mulheres costumam ser "obrigadas" a ouvirem diversos comentários desagradáveis, apenas pelo fato de serem do gênero feminino. No entanto, tudo se torna ainda mais complicado com mulheres lésbicas.

Frequentemente, mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo gênero escutam perguntas desconfortáveis, que muitas vezes são uma invasão de suas privacidades e configuram como preconceito.

A partir disso, para não ser você o causador de um constrangimento que pode ofender e magoar as pessoas, a Universa - UOL, com a ajuda de Desirèe Cordeiro, psicóloga pela PUC São Paulo (2002), catalogou 7 frases e indagações clichês que são feitas para mulheres lésbicas e precisam ser evitadas.

Confira abaixo as 7 perguntas que você nunca deve fazer a uma mulher lésbica:

1. Quem é o homem na relação?

Essa é uma das perguntas mais feitas por pessoas que não conhecem nada a respeito de relacionamentos lésbico e mostra que a pessoa quer imaginar a cena, acreditando que sempre é o homem que domina a relação.

Ninguém interpreta papéis, são pessoas que simplesmente se amam. Ser ativo ou passivo não tem nada a ver com gênero, isso é algo que faz parte da personalidade de cada um — além de ser machista.

2. Você é tão feminina, tem certeza que é lésbica?

A orientação sexual é algo totalmente diferente da expressão de gênero (como cada pessoa gosta de se vestir, por exemplo). Assim, é um equívoco pensar que uma lésbica deva ser obrigatoriamente masculinizada. Ela pode ser muito feminina, delicada, e se sentir atraída por outra mulher, são coisas completamente distintas.

3. Como são duas mulheres na cama?

Mesmo que não fosse preconceito, de cara essa pergunta já deveria despertar um alerta de invasão de privacidade apenas pelo fato de ser um casal de mulheres. Até porque, ninguém pergunta isso a um casal heterossexual.

Existe uma ideia de que o órgão genital masculino define a relação, como se fosse possível sentir prazer apenas com a penetração. Sem ele, a mulher precisa prestar contas de como faz. Além disso, é sempre importante lembrar que um relacionamento não se mantém apenas pelo sexo, envolve afeto, amizade, respeito e amor.

4. Quer dizer então que você ainda é virgem?

Outra pergunta que representa machismo parte da ideia de que a virgindade está ligada ao hímen apenas. Ou seja, uma mulher só deixaria de ser virgem se fizesse sexo com o homem e deixasse de ter hímen.

Isso pode realmente despertar um interesse masculino, como se aquela menina pudesse ser 'deflorada'. No entanto, mais uma vez, trata-se apenas de uma ideia machista que ainda permeia nossa sociedade.

5. Você se desiludiu com algum ex-namorado?

Existe uma falsa ideia de que a desilusão com algum parceiro levou a descoberta do interesse por mulheres. Isso acontece porque se leva em consideração apenas o relacionamento heterossexual.

No entanto, vale lembrar que não se trata de uma escolha e duas mulheres podem se divertir e ter pleno prazer juntas, sem a necessidade de um órgão genital masculino.

6. Será que não é só uma fase?

A mulher, seja ela heterossexual ou homosexual, já é muito cobrada sobre suas escolhas e decisões, sobre o papel que tem de exercer em sua vida, e isso não tem a ver apenas com orientação sexual.

Quanto mais estiver fora do padrão pré-estabelecido, mais questionada será. Portanto, é importante compreender, levando em conta como é doloroso todo o processo que envolve se descobrir e os riscos de sofrer preconceito e exclusão.

7. Corro algum risco em ficar perto de você?

A última pergunta que sempre deve ser evitada carrega nitidamente uma ideia de que homossexualidade é doença. Mas é muito importante enfatizar que isso não é uma doença, por isso, não dá para transmitir ou ensinar alguém a ser gay.

Outra ponto relevante é que existe uma seletividade: vale lembrar que as pessoas se interessam umas pelas outras por um conjunto de fatores e não apenas devido ao gênero.

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