"Jardim de polvos": cientistas descobrem por que animais se aglomeram à beira de vulcão subaquático

O fenômeno acontece na costa da Califórnia, Estados Unidos

Beatriz Castro | 28 de Agosto de 2023 às 10:54

"Jardim de polvos" à beira de vulcão subaquático extinto - Imagem: Divulgação/MBARI

Cientistas descobriram, em 2018, que a 3.200 metros de profundidade, na costa da Califórnia, milhares de polvos se aglomeravam à beira de um vulcão subaquático extinto. Agora, eles encontraram a resposta para o que faz com que essas criaturas fiquem juntas como um "jardim de polvos".

Segundo o UOL, a partir da descoberta inicial, pesquisadores do Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI) ficaram curiosos sobre o motivo do local ser tão especial para os polvos.

Por três anos, eles fizeram 14 visitas ao lugar e descobriram seis mil polvos em apenas uma parte do "jardim" - acredita-se que há mais de vinte mil polvos no local.

A razão para os animais, da espécie Muusoctopus robustus, se aglomerarem é porque eles incubam seus ovos no local.

Durante as visitas, equipamentos entraram nos ninhos dos polvos para medir as condições da água, como a temperatura e os níveis de oxigênio.

Os cientistas já sabiam que, quanto mais fria a água do oceano, mais demorado é o desenvolvimento dos ovos dos polvos. E são justamente as condições do local que atraem os animais. De acordo com um artigo publicado pelos pesquisadores na revista Science Advances, águas termais têm temperatura mais alta, o que favorece o desenvolvimento dos ovos.

Normalmente, a 3.200 metros, a temperatura da água é de 1,6ºC. Mas, nas fendas de onde saem as águas termais, foram registrados 11ºC. Em condições normais, um ovo demoraria de cinco a oito anos para se desenvolver nesta profundidade. Mas com as temperaturas maiores esse tempo caiu para menos de dois anos.

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