A pior luta é aquela que não enfrentamos

Um certo dia eu encontrei com Rafael no mercado. Fazia muito tempo que eu não o via na academia. Percebi que ele estava abatido e o chamei para tomar um suco e conversar. Rafael era uma pessoa bem bacana e fizemos amizade na academia. Sua fisionomia realmente era algo preocupante. 

Rafael me disse que alguns de seus exames deram alterados e ele estava com alto risco de se tornar diabético e hipertenso. Perguntei como estava seu estilo de vida, porque fazia muito tempo que eu não o via na academia e sei que quase sempre diabetes e hipertensão são causadas por um estilo de vida não saudável. Rafael me disse que havia parado de fazer atividade física há 6 meses e que sua alimentação não estava nada boa. Além disso, ele não dormia bem e tinha o péssimo hábito de comer de madrugada. Como mudou de emprego, teve de fazer exames e teve a prova de que seu organismo não estava bem.

Rafael estava preocupado com sua saúde, mas não conseguia mudar seu estilo de vida e em sua mente estava ficando cada vez mais difícil voltar aos treinos e se alimentar bem. Foi uma conversa difícil. Notei um alto risco de ele entrar numa depressão.

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Costumo dizer que não conseguimos mudar uma pessoa. A gente conversa, orienta, explica, mostra a importância de determinado caminho e tenta indicar para a pessoa que coisas boas irão acontecer com uma alimentação melhor, um sono de qualidade e um estilo de vida ativo. Por mais que as evidências científicas reforcem cada vez mais o quanto a atividade física é essencial para a saúde metabólica e mental, muitas pessoas ainda tem enorme resistência para fazer alguma atividade.

Continuei a conversa com Rafael explicando que aquela era uma luta dele e assim como toda e qualquer batalha, ele precisaria enfrentar. Caso ele continuasse a fugir, sua saúde iria cada vez mais para o poço. Rafael tem duas lindas filhas. Falei para ele pensar nas meninas e que o exemplo é o maior professor. 

A conversa foi se encerrando, pois Rafael estava com horário. Dei algumas dicas, falei para ele que poderíamos combinar de caminhar e/ou fazer alguns treinos, sugeri algumas coisas e ele me disse que iria pensar.

Alguns dias se passaram e Rafael me procurou. Felizmente algumas de suas escolhas melhoraram e agora ele está em outro caminho. As mudanças são positivas e tenho certeza de que seus exames irão melhorar.

Quando estamos com dificuldades e num momento turbulento, temos de olhar para todas as possibilidades que temos, lembrar de quem amamos e quem nos ama e tentar ser o melhor que pudermos ser. A atividade física tem potencial para nos ajudar em tudo. Acredite!