Brasileira ficou tetraplégica após consumir alimento contaminado por bactéria nos EUA

A jovem desenvolveu botulismo após contrair bactéria rara e está internada em hospital americano.

Luana Viard | 9 de Setembro de 2024 às 17:30

A doença é considerada perigosa e paralisa o corpo aos poucos. - Reprodução / Arquivo pessoal

Claudia de Albuquerque Celada, uma brasileira de 23 anos, foi acometida por uma bactéria rara e desenvolveu botulismo, uma doença grave com efeitos neuroparalíticos no corpo humano, enquanto participava de um intercâmbio em Aspen, nos Estados Unidos.

Conhecida como Cacau por seus familiares, ela foi contaminada pela bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum) após ingerir uma sopa industrializada que estava contaminada.

Perigos de alimentos enlatados

Nos Estados Unidos, o consumo de alimentos enlatados é um hábito alimentar bastante comum e também está fortemente relacionado à ocorrência da doença. Conforme informações do Ministério da Saúde, o botulismo é uma condição rara e grave, que, ao se manifestar, provoca a paralisação progressiva do corpo.

O agente causador da doença penetra no organismo humano através de lesões ou pela ingestão de alimentos contaminados que não foram devidamente produzidos ou conservados de forma adequada.

Internação com alto custo

Após ser internada em um hospital nos Estados Unidos, onde não existe sistema de saúde pública gratuito, a irmã de Cacau revelou nas redes sociais que as despesas com a internação e exames da jovem já estavam perto de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 10 milhões). Cacau passou mais de 60 dias hospitalizada, com cada diária no centro de saúde custando cerca de US$ 10 mil.

"Para a conta do hospital não aumentar, a gente começou a trabalhar com a possibilidade de ela ser transferida via ambulância aérea para o Brasil. Ela ainda não tinha liberação para isso, todas as equipes médicas já haviam liberado menos o pneumologista. Mas ontem (dia 15 de abril), ele liberou ela para ser transferida. Nós só precisamos acertar todos os detalhes da ambulância para levá-la." explica a irmã da intercambista, a também estudante Luisa Albuquerque Celada, de 28 anos.

Ajuda de custos

A família estava promovendo uma vaquinha online até que o hospital optou por arcar com os custos do transporte aéreo de Cacau de volta ao Brasil, conforme divulgado por sua irmã, Luisa. O seguro de saúde da jovem cobriu cerca de US$ 100 mil das despesas médicas. Antes de retornar ao Brasil, a secretária de saúde de Aspen informou a Cacau que ela seria incluída em um programa de assistência governamental nos Estados Unidos, o que poderia ajudar a pagar parte dos custos hospitalares.

Estado de saúde atual

Apesar da gravidade do botulismo, Luisa relata que os médicos estão otimistas em relação à recuperação total de Cacau. Depois de meses hospitalizada, ela já conseguiu escrever seu primeiro nome de forma independente e respirar por uma hora com o suporte do respirador.

Cacau foi hospitalizada em 17 de fevereiro de 2024, apresentando sintomas iniciais de falta de ar, tontura e visão embaçada, conforme relatado por Malu Brito, amiga de infância de 24 anos. Ao ser internada, seu corpo logo começou a manifestar a paralisia característica do botulismo. O diagnóstico final foi confirmado após 15 dias.

"Eles falam que é uma doença extremamente rara, a maioria deles nunca pegou um caso de botulismo na carreira, tiveram de ‘estudar’ sobre essa doença para atendê-la da melhor maneira.", explicou a amiga.

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