Casos de câncer de mama em mulheres jovens aumenta e preocupa autoridades; veja como identificar

Nos últimos anos, o aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres com menos de 35 anos tem despertado preocupação entre especialistas. Embora a doença seja mais comum em mulheres acima dos 50 anos, hoje entre 4% e 5% dos casos no Brasil ocorrem em mulheres mais jovens, uma elevação significativa em relação aos 2% historicamente observados nessa faixa etária.

Esse fenômeno também tem sido registrado em outros países em desenvolvimento e parece estar relacionado a fatores de risco como o estilo de vida moderno, incluindo gestações tardias, menor número de filhos, alimentação inadequada e o estresse cotidiano.

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Casos de câncer de mama em mulheres mais jovens

O câncer de mama é tradicionalmente associado a mulheres com mais de 50 anos, mas nos últimos anos, tem-se observado um aumento preocupante de casos entre mulheres mais jovens, especialmente na faixa etária de 30 a 39 anos.

Um estudo publicado no JAMA Network Open mostrou que, nos Estados Unidos, o número de diagnósticos de câncer de mama em mulheres abaixo de 50 anos tem crescido, refletindo uma mudança no perfil da doença. No Brasil, especialistas também têm percebido essa tendência, o que levanta questionamentos sobre os fatores que podem estar contribuindo para esse fenômeno.

De acordo com Pedro Exman, coordenador do Grupo de Tumores de Mama e Ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, “claramente aumentou o aparecimento do câncer de mama em mulheres 10, 20 anos mais jovens do que a faixa etária padrão de maior incidência da doença, que é 50 anos.”

Esse aumento pode estar relacionado a diversos fatores, conforme explica Guilherme Novita, mastologista do Grupo Oncoclínicas: "A população atual faz uso maior de hormônios, seja como anticoncepcional ou para fins estéticos. Além disso, as mulheres hoje têm a menarca mais precoce e menos gestações, o que aumenta o risco."

Diagnóstico precoce: a chave para o sucesso no tratamento

Assim como em outros tipos de câncer, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura. Quanto mais cedo o tumor é detectado, maior é a probabilidade de sucesso no tratamento. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que as mulheres realizem a mamografia a cada dois anos a partir dos 50 anos.

Para aquelas com histórico familiar da doença, a recomendação é iniciar os exames a partir dos 40 anos. No caso de mulheres mais jovens, a mamografia pode ser indicada para complementar o diagnóstico caso sejam identificados nódulos palpáveis durante o exame físico, e o ultrassom das mamas pode ser utilizado como um exame adicional.

Tratamento do câncer de mama

O tratamento do câncer de mama varia de acordo com o estágio da doença e o tipo de tumor. As opções incluem cirurgia e radioterapia para o tratamento local, e quimioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo para o tratamento sistêmico.

Sinais de alerta

Embora o câncer de mama possa se apresentar de diferentes formas, alguns sinais e sintomas merecem atenção especial, tais como:

- Retrações na pele ou no mamilo;
- Secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo;
- Vermelhidão ou inchaço na pele da mama;
- Nódulos palpáveis nas axilas ou pescoço;
- Dor nas mamas ou no mamilo.

Esses sinais devem ser investigados rapidamente, especialmente se acompanhados de histórico familiar da doença.

O aumento dos casos de câncer de mama em mulheres jovens é um alerta para a necessidade de maior conscientização e atenção à saúde das mamas em todas as idades. O diagnóstico precoce, aliado a hábitos de vida saudáveis, pode fazer toda a diferença no combate a essa doença.

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