Driblar o cérebro para comer menos; aprenda a usar a mente para diminuir o apetite

Saber controlar a nossa mente pode ser uma saída para acelerar o processo de emagrecimento.

Luana Viard | 26 de Agosto de 2024 às 10:20

Estudos apontam que ao manipular três sistemas do nosso corpo é possível controlar a fome. - zoff-photo / istock

A luta contra o apetite exagerado é uma batalha diária para muitas pessoas. No entanto, a ciência mostra que é possível driblar o cérebro e reduzir a fome usando técnicas simples e eficazes. A chave está em aprender a usar a mente para controlar o apetite e, assim, alcançar uma alimentação mais equilibrada e saudável.

Uma pesquisa nesse campo identificou uma técnica para iludir o cérebro e reduzir a quantidade de comida ingerida. Esse método pode ser particularmente útil para pessoas que passam por cirurgia bariátrica, pois, mesmo após o procedimento, é fundamental aprender a controlar os hábitos alimentares.

Foco no hipotálamo

Historicamente, o comportamento alimentar é centralizado no hipotálamo, que gera diversos neurotransmissores responsáveis pelo controle dos hormônios relacionados à alimentação. O desafio é que, em casos de obesidade, pode ocorrer resistência à leptina (hormônio responsável pela saciedade), o que pode bloquear a eficácia de medicamentos que estimulam a produção desse inibidor natural da fome.

3 pilares para driblar a mente

O novo modelo sugerido pelo estudo conduzido pela equipe de psicologia e neurociência da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) busca explorar o comportamento alimentar de maneira menos direta em relação aos hormônios. Essa abordagem se baseia em três componentes principais: o sistema dopaminérgico mesolímbico, o córtex pré-frontal e a ínsula. Embora os termos sejam técnicos, a conexão entre esses três elementos e a fome é bastante direta.

O papel de cada pilar

O córtex pré-frontal desempenha um papel crucial na tomada de decisões. Em indivíduos com obesidade, pode ocorrer uma falha na tomada de decisões, mas especificamente no que diz respeito à alimentação.

A ínsula, por sua vez, processa os sinais de fome e intensifica a atividade do sistema dopaminérgico, o que torna o indivíduo mais vulnerável à resistência à comida. Os estudos revelaram que, ao ajustar esses três sistemas, é possível controlar a fome e, possivelmente, combater a obesidade.

Exemplo prático usando a mente para comer menos

Os pesquisadores mencionam o exemplo de um hambúrguer de uma conhecida rede de fast-food que vem acompanhado de um brinquedo. As autoridades tentaram eliminar o brinde, acreditando que isso reduziria o consumo de hambúrgueres e batatas fritas entre as crianças, mas a estratégia não funcionou.

Foi então oferecido o hambúrguer sem o brinquedo, e uma refeição reduzida com o brinde. A dopamina liberada pelo brinde durante a refeição reduzida é equivalente à dopamina liberada durante uma refeição completa. Assim, a criança experimentaria prazer mesmo comendo menos fast-food.

Experimentos do estudo

No estudo, os pesquisadores pediram para que as crianças escolhessem entre dois cenários. No primeiro, elas podiam optar por um sanduíche grande ou um menor; no segundo, tinham a escolha entre um sanduíche grande ou um sanduíche menor acompanhado de um fone de ouvido.

Os resultados revelaram que 74% das crianças preferiram o sanduíche grande na primeira situação. No entanto, na segunda situação, apenas 22% optaram pelo sanduíche grande, enquanto a maioria preferiu comer menos e ganhar o fone de ouvido.

Para os adultos, a escolha oferecida envolvia hambúrgueres e bilhetes de loteria no valor de 50 dólares. A maioria optou pelo hambúrguer menor, desde que ganhasse o dinheiro. Os especialistas no estudo descobriram que não era necessário oferecer grandes quantias. Os testes com bilhetes de 100 dólares geraram resultados semelhantes aos testes com 50 dólares.

O estudo sugere que a combinação de recompensas por porções menores e incentivos não alimentares faz com que os consumidores sejam estimulados a comer menos. Esse método pode ser uma abordagem eficaz para promover a recompensa e o consumo de porções reduzidas, inclusive para pessoas que passaram por cirurgia bariátrica e estão em processo de recuperação de obesidade.

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