Hábito comum entre brasileiros pode duplicar o risco de doença mental; entenda estudo

Entenda como um comportamento frequente entre brasileiros pode estar secretamente relacionado a problemas de saúde mental

Luana Viard | 17 de Setembro de 2024 às 16:00

O hábito é conhecido por ser negativo para várias áreas da saúde, incluindo o desenvolvimento de doenças mentais. - Tero Vesalainen / istock

É de conhecimento geral que o tabagismo está associado a diversos problemas físicos graves, como doenças cardíacas, diabetes e diferentes tipos de câncer. Entretanto, o que raramente se discute é a forte conexão entre fumar e o desenvolvimento de transtornos mentais.

Pesquisas recentes indicam uma correlação significativa entre o hábito de fumar e a presença de doenças mentais. Porém, a dúvida que ainda persiste é: o cigarro é um fator desencadeante dessas condições ou seria uma maneira de lidar com sintomas de distúrbios já existentes?

Fumo e doenças mentais

Um estudo recente, conduzido por pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, parece ter solucionado essa questão. Os achados, que reforçam os efeitos prejudiciais do tabagismo sobre a saúde mental, indicam que o ato de fumar pode ser, de fato, uma das causas de transtornos como depressão, bipolaridade e esquizofrenia.

“Embora não seja a única causa, fumar aumenta em 250% o risco de hospitalização com doença mental”, afirmou o Dr. Doug Speed, um dos autores do estudo e geneticista estatístico do Centro de Genética e Genômica Quantitativa da Universidade de Aarhus.

Como o estudo foi feito?

Para conduzir o estudo, os pesquisadores utilizaram dados do UK Biobank, que reúne informações de saúde de mais de 500 mil pessoas.

Eles cruzaram dados genéticos com outros fatores relacionados à saúde e estilo de vida, focando principalmente na idade em que os participantes começaram a fumar.

Foi constatado que, em média, o hábito de fumar se inicia aos 17 anos, enquanto os transtornos mentais costumam surgir após os 30 anos.

Fator genético pode influenciar

A pesquisa também revelou uma conexão genética entre o tabagismo e transtornos mentais. Os chamados "genes associados ao fumo" podem elevar a tendência de uma pessoa a iniciar o hábito de fumar.

No estudo, os indivíduos que possuíam esses genes, mas não fumavam, apresentaram menor chance de desenvolver problemas de saúde mental em comparação com aqueles que tinham os mesmos genes e eram fumantes.

A pesquisa, divulgada na revista Acta Psychiatrica Scandinavica, ainda não esclarece de forma definitiva como o tabagismo desencadeia essas doenças mentais.

“Ainda precisamos encontrar o mecanismo biológico que faz com que o tabagismo induza transtornos mentais. Uma teoria é que a nicotina inibe a absorção do neurotransmissor serotonina no cérebro. E sabemos que as pessoas com depressão não produzem serotonina suficiente”, explicou Speed.

Outra teoria aponta que o tabagismo pode provocar inflamação no cérebro, resultando em danos a longo prazo e, assim, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos mentais.

Independentemente da causa exata, o que fica evidente é que a relação entre o uso de tabaco e a saúde mental é negativa. Isso reforça a necessidade de intensificar os esforços para combater o vício e conscientizar sobre seus perigos.

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