Millennials e geração X têm mais risco de ter câncer que boomers, diz estudo

Estudos apontam que adultos nascidos entre 1920 e 1990, apresentam variação considerável na ocorrência de diversos tipos de câncer.

Luana Viard | 8 de Agosto de 2024 às 16:40

Entenda mais detalhes sobre estudo que aponta maiores riscos de desenvolver câncer em determinadas gerações. - Halfpoint / istock

Com o aumento dos casos de câncer entre jovens adultos nos Estados Unidos, uma nova pesquisa revelou que 17 tipos de câncer tendem a ser mais prevalentes na Geração X e nos Millennials em comparação com faixas etárias mais avançadas.

De acordo com um estudo publicado na quarta-feira (31) na revista The Lancet Public Health, há uma variação notável entre as gerações nascidas entre 1920 e 1990 quanto às taxas e tipos de câncer, incluindo câncer de mama, cólon e reto, pâncreas e útero.

Riscos de câncer de útero

“O câncer de útero é um que realmente se destaca, onde vemos aumentos tremendos. Ele tem uma taxa de incidência cerca de 169% maior se você nasceu na década de 1990 em comparação com quem nasceu na década de 1950 – e isso é para pessoas da mesma idade. Alguém nascido na década de 1950, quando estava na casa dos 30 ou 40 anos, viu uma taxa de incidência diferente em comparação com alguém nascido na década de 1990 na casa dos 30 ou 40 anos”, explicou William Dahut, diretor científico da American Cancer Society.

“O que é um pouco diferente sobre este artigo é que ele inclui uma variedade mais ampla de cânceres”, afirma. “Na verdade, ele analisou 34 tipos diferentes de câncer, nos quais em 17 vimos um aumento na incidência, e em cinco, um aumento na mortalidade em adultos jovens com menos de 50 anos.”

Os 17 tipos de câncer com maior incidência

Como o estudo foi realizado?

Pesquisadores da Sociedade Americana do Câncer e da Universidade de Calgary, no Canadá, examinaram informações de mais de 23 milhões de pacientes diagnosticados com 34 diferentes tipos de câncer, além de analisarem dados de mais de 7 milhões de pessoas que morreram em decorrência de 25 desses tipos.

As informações, extraídas da Associação Norte-Americana de Registros Centrais de Câncer e do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos, envolveram adultos de 25 a 84 anos, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2019. Os pesquisadores calcularam as taxas de incidência e mortalidade por câncer com base no ano de nascimento, organizando-as em intervalos de cinco anos, desde 1920 até 1990.

Diferenças entre gerações

Os pesquisadores identificaram que as taxas de incidência aumentaram progressivamente com cada nova geração nascida a partir de 1920 para oito dos 34 tipos de câncer estudados. A taxa de incidência foi aproximadamente duas a três vezes maior entre os nascidos em 1990 em comparação com os nascidos em 1955, tanto para cânceres de pâncreas, rim e intestino delgado em homens e mulheres, quanto para câncer de fígado em mulheres.

Entre os tipos de câncer, o crescimento na taxa de incidência para aqueles nascidos em 1990 variou desde um aumento de 12% para câncer de ovário até um aumento de 169% para câncer de corpo uterino, em comparação com as gerações que apresentaram as menores taxas de incidência.

Mudanças no estilo de vida

O crescimento da incidência de certos tipos de câncer entre jovens adultos em nível nacional indica que “esse aumento é potencialmente devido a mudanças no ambiente ou no estilo de vida”, afirma Andrea Cercek, oncologista médica gastrointestinal e co-diretora do Centro de Câncer Colorretal e Gastrointestinal de Início Jovem do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em um e-mail.

“O que este estudo mostra é que alguns cânceres que anteriormente não eram prevalentes em adultos jovens, agora estão aumentando em incidência”, diz Cercek, que não esteve presente na nova pesquisa. “Não se sabe por que esses cânceres, como os cânceres gastrointestinais, ginecológicos e de mama positivos para receptor de estrogênio, estão aumentando em incidência em adultos jovens, mas acreditamos que esse aumento provavelmente se deve à exposição precoce a um fator ou fatores ambientais.”

Notícia positiva

Mas o estudo da Sociedade Americana de Câncer trouxe uma notícia positiva, o risco de câncer de colo de útero em mulheres nascidas em 1990 caiu significativamente. Esse declínio é atribuído, principalmente, à eficácia da vacina contra o HPV, que começou a ser disponibilizada justamente quando essa geração estava na idade ideal para ser imunizada.

Fontes: CNN, Metrópoles e Oncoguia.

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