"Mpox" ainda é problema de saúde pública, dizem especialistas da Fiocruz

Especialistas da Fiocruz alertam sobre a necessidade de combater Mpox; confira detalhes

Laura Oliveira | 27 de Janeiro de 2023 às 10:15

- monkeybusinessimages/iStock

Na última quarta-feira (25), o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (/Fiocruz), com uma revista científica colaboradora, lançou a edição do encarte Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México que contém artigos sobre a monkeypox - ou, como é popularmente conhecida, varíola dos macacos. Na edição, a editora-chefe Taissa Vila evidencia que a varíola dos macacos, apesar dos avanços em alguns países, ainda é um problema de saúde pública a ser combatido.

De acordo com a infectologista Mayara Secco, do INI, foram confirmados 10.711 casos no Brasil até o dia 24 de janeiro, com 11 óbitos. Os altos números preocupam especialistas, que afirmam que a doença ainda não recebe a atenção necessária.

É necessário lembrar que é extrema importância disseminar informações sobre a monkeypox, como formas de prevenção, sintomas e tratamentos. Confira e compartilhe nossa matéria completa sobre a varíola dos macacos.

Negligência

Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV/Aids (LapClin Aids), afirma que a Mpox é uma doença negligenciada em termos de pesquisa, recursos e tratamentos efetivos, que poderiam ser disponibilizados a fim de evitar a ocorrência elevada e mortes nos locais mais pobres da África. A infectologista relembrou também que, somente quando chegou à Europa, em meados de 2022, é que a doença começou a chamar a atenção do mundo. 

Homens são os mais afetados

Segundo a análise dos casos confirmados até o momento, homens cis apresentam uma parcela de 87% dos afetados, contra 5,5% de mulheres cis. E, além disso, a maior parcela de afetados se encontra faixa etária de 30 a 39 anos. Dos casos confirmados, 97% tiveram relação sexual 30 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas da monkeypox.

Estigmas devem ser combatidos

De acordo com a professora do Departamento de Psicologia Social da USP, é fundamental, diante de qualquer epidemia, que estigmas sejam combatidos: a associação da doença às pessoas mais vulneráveis socialmente e o combate às informações enganosas e imprecisas compartilhadas na internet. Essas e outras lições - como a importância de políticas de enfrentamento e as consequências da desigualdade social - que aprendemos com a Covid-19 e outras epidemias devem ser lembradas.

 

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