Vacina contra o câncer? Tratamento ainda em fase de teste promete resultados surpreendentes

A vacina será testada em países europeus, entenda mais detalhes.

Luana Viard | 9 de Setembro de 2024 às 20:10

A vacina contra o câncer é o sonho de muitas pessoas; tratamento ainda está em fase de teste. - Prostock-Studio / istock

Milhares de pacientes com câncer no Reino Unido terão acesso a uma série de ensaios clínicos para um novo tratamento que utiliza vacinas personalizadas no combate à doença. Até o momento, 30 hospitais já se inscreveram na Plataforma de Lançamento de Vacinas contra o Câncer, que visa conectar os pacientes aos próximos testes clínicos.

Essas vacinas utilizam a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma presente em algumas vacinas contra a covid-19, e são desenvolvidas para treinar o sistema imunológico a reconhecer e eliminar células cancerígenas, diminuindo o risco de recorrência.

Locais de teste

Pacientes da Alemanha, Bélgica, Espanha e Suécia também serão recrutados para os ensaios clínicos, onde poderão receber até 15 doses da vacina personalizada. Elliot Pfebve, de 55 anos, é o primeiro paciente na Inglaterra a ser tratado com uma vacina personalizada contra o câncer de cólon.

Após passar por cirurgia e sessões de quimioterapia, ele recebeu a vacina no Hospital Queen Elizabeth, localizado em Birmingham, no norte da Inglaterra.

"Estou emocionado. Pesquisei um pouco sobre o teste do tratamento. Se for bem-sucedido, será um grande avanço médico", diz ele

O que significa vacina personalizada contra o câncer?

Normalmente, as vacinas são desenvolvidas com o objetivo de prevenir enfermidades. No entanto, as vacinas contra o câncer são projetadas para atuar como tratamento, sendo administradas após o diagnóstico da doença.

Assim como nas vacinas tradicionais, essas vacinas ensinam o sistema imunológico a identificar um alvo, que, neste caso, é o câncer do paciente. No caso de Elliot, seu tumor foi enviado aos laboratórios da BioNTech na Alemanha, onde até 20 mutações específicas foram detectadas.

A partir dessas mutações, uma vacina de mRNA foi desenvolvida, contendo instruções para que as células de Elliot produzissem proteínas mutantes exclusivas de seu câncer. A vacina age como um "cartaz de procurado", revelando as células cancerígenas que costumam se esconder no corpo.

O objetivo é que o sistema imunológico elimine qualquer resquício de câncer, aumentando a chance de cura.

Otimismo e previsão de conclusão

Esse é apenas o início, e apesar do grande otimismo sobre o potencial das vacinas de mRNA no combate ao câncer, elas ainda estão em fase experimental, sendo acessíveis apenas por meio de ensaios clínicos. A pesquisa está prevista para ser concluída em 2027. Há a expectativa de que essas vacinas provoquem menos efeitos colaterais em comparação com a quimioterapia tradicional.

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